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Profissionais da Moda: Entre a Superficialidade e a Diversidade Manipulada.

Atualizado: 13 de out. de 2024


Tenho refletido muito ultimamente sobre o futuro dos profissionais da moda. Sou um apaixonado pelo mundo fashion, um crítico atento das tendências e um observador constante do que está por vir. E, francamente, tenho minhas dúvidas e inquietações quanto ao que se desenha no horizonte dessa indústria em constante mutação. É evidente que a moda é um campo de infinitas possibilidades, onde a criatividade, a inovação e a diversidade deveriam ser as palavras de ordem. No entanto, não posso deixar de notar um comportamento que parece cada vez mais prevalente entre os estudantes e futuros profissionais dessa área. Um comportamento, para ser direto, fútil. Vejo jovens que se envolvem em estudos de moda não necessariamente pela paixão e pelo desejo de fazer a

diferença, mas muitas vezes para perseguir uma vida de glamour e aparências. E, embora essa não seja uma generalização, é uma tendência que não podemos ignorar. Estamos criando uma geração que, em alguns casos, valoriza mais a imagem pessoal e superficialidades do que a verdadeira essência da moda. Mais um ponto que tenho notado entre muitos estudantes e futuros profissionais da moda, além da futilidade, é uma superficialidade na forma como a diversidade e a inclusão são abordadas. Muitos usam essas pautas como uma espécie de moeda de troca para garantir seu lugar no cenário da moda. É como se fosse uma tática de autopromoção, uma tentativa de construir uma imagem politicamente correta em vez de um verdadeiro compromisso com a transformação e a igualdade. Diversidade é sobre colaborar com pessoas de todos os tipos, independente de sua origem, identidade, orientação, etnia ou qualquer outra característica. É sobre celebrar as diferenças,

reconhecer os privilégios e desafiar ativamente os preconceitos. Infelizmente, o que vejo em muitos casos é uma diversidade seletiva, uma abordagem superficial que visa cumprir as expectativas, mas não o verdadeiro propósito por trás dessas pautas tão cruciais. Então, o que podemos esperar desse futuro profissional da moda? Será que eles são realmente o futuro de um mercado em constante evolução? A resposta está longe de ser simples. Alguns desses jovens são incrivelmente talentosos, apaixonados e comprometidos em moldar uma indústria mais inclusiva e diversificada. Por outro lado, há aqueles que perpetuam o estereótipo fútil da moda e se perdem em um mundo de aparências. A diversidade e a inclusão são pautas fundamentais e inegociáveis em nosso mundo contemporâneo, e isso

se aplica de forma intensa à moda. Porém, é preocupante ver como esses termos são, por vezes, manipulados e mal compreendidos por estudantes e futuros profissionais. Diversidade não é apenas incluir aqueles que são semelhantes a nós dentro de um espaço restrito. Não é apenas um check-in em uma lista de tarefas, uma caixa que precisa ser marcada. O futuro da moda depende da capacidade desses jovens de olhar para além do superficial, de entender que a diversidade e a inclusão não podem ser manipuladas, mas devem ser vividas no dia a dia, em cada costura, em cada campanha e em cada desfile. A moda é um espelho da sociedade, e a sociedade está clamando por mudanças significativas. A pergunta que fica é se essa geração estará à altura do desafio, ou se continuará a surfar na superfície de sua própria ambição. Resta-nos esperar e torcer para que façam a escolha certa, e que a moda continue a evoluir e se adaptar ao tempo que a cerca.

 
 
 

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